Seleção feminina de futebol americano usa venda de rifas e festas para se manter

Posted: sexta-feira, 19 de março de 2010 by João in
0


Como em tantos outros sábados, por volta das 15h, a Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão (RJ), está repleta de famílias, casais de namorados e bichos de estimação. O tempo, no entanto, não é dos melhores. No céu, grandes nuvens pretas escondem o sol, preenchem o local com um tom cinza e anunciam a forte chuva que traria o caos para a cidade horas mais tarde. Alheio a isso, um grupo de mulheres começa a ocupar um dos maiores espaços gramados do parque, bem próximo ao lago. Sentam, conversam e tiram das mochilas suas chuteiras e camisas, além de uma bola oval, que ganha a atenção dos outros visitantes. A rodinha de passes começa e vai ganhando novas integrantes em pouco tempo. Com algum atraso, perto das 16h, todas se reúnem e dão forma à seleção feminina de futebol americano, que se junta pela segunda vez depois de sua criação, em outubro de 2009.

Desta vez, participam meninas do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Mato Grosso, com o desfalque das de São Paulo, que não vieram para os treinos do fim de semana – além de sábado, elas também iriam se reunir no domingo, pela manhã. Todas as jogadoras, cada uma em seu estado, atuam em alguma equipe local e foram selecionadas em testes (“try out”, como chamam) para a seleção. A ideia inicial era se preparar para o Mundial da categoria, que será realizado em julho, na Suécia. Sem patrocínio, porém, não conseguiram juntar dinheiro para pagar a taxa de inscrição do campeonato - cerca de US$ 1.500. A opção para estrear a equipe, agora, é um amistoso aqui mesmo no Brasil, contra alguma seleção internacional.

- A falta de patrocínio é a nossa maior dificuldade. Não conseguimos pagar a taxa de inscrição e ficamos fora do Mundial. Mas já fizemos convite para algumas seleções de fora para jogarem com a gente aqui. As federações europeia e americana (EFAF e WNFL, respectivamente) retornaram e mostraram interesse, até porque todas querem conhecer o Brasil. Mas como elas estão em temporada e se preparam para o Mundial, só vão poder vir no segundo semestre – disse Deny Barbosa, strong safety da equipe, diretora de esporte feminino da Associação de Futebol Americano do Brasil (AFAB) e principal organizadora dos encontros da seleção.


FONTE:http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Mais_Esportes/0,,MUL1534739-16317,00.html

0 comentários: